5 principais desafios de gestão que podemos esperar em 2023
Se você trabalhou em vagas executivas nos últimos dois anos, sabe que, especialmente as áreas de Marketing e Vendas sofreram uma grande transformação do que é esperado no papel de liderança nessas frentes.
Enquanto voltamos a uma aparente normalidade, as vendas, enquanto campo, parecem ter sofrido algumas mudanças significativas que vieram para ficar. E há ainda uma série de desafios que podemos ver no horizonte.
Para ajudar você a identificar esses obstáculos e a se preparar para eles, separei aqui alguns dos principais desafios de gestão que podemos esperar em 2023.
1. Acompanhar a transformação digital
Se a transformação digital (TD) já era uma tendência, a pandemia forçou as empresas brasileiras a correrem mais rápido nessa direção. Uma pesquisa da Samba Digital fez um mapeamento que mostrou que 46% das empresas brasileiras ou já possuem uma estratégia de TD, 31% ainda estão desenvolvendo e apenas 2% dos entrevistados não possuíam planos para a implementação.
O motivo para isso foi, em grande parte, as mudanças no comportamento de consumo e o impacto da pandemia na vida das pessoas.
Segundo um levantamento da Neotrust, o e-commerce brasileiro, que já tinha apresentado um faturamento recorde de mais de R$161 bilhões em 2021, ainda apresentou um crescimento de 27% em 2022, com aumento significativo também no valor médio por compra, que chegou a R$455.
Acompanhar as novas tecnologias, portanto, não é mais sobre diferencial, mas sobre se manter competitivo e não perder participação no mercado.
2. Busca por novas estratégias de aproximação com os clientes
A busca por jornadas de compra cada vez melhores e diferenciadas também é um ponto importante. Hoje, mais do que nunca, o cliente sabe que tem opções. Por isso não se trata apenas de oferecer bons produtos ou bons serviços, mas também de criar uma experiência de compra mais agradável.
Líderes de vendas vão ter que adaptar suas estratégias para estabelecer confiança na relação com o cliente– é preciso estudar formas de personalizar o atendimento, aumentar taxas de conversão e LTV (Life-time value).
O que não se pode perder de vista é: como agregar mais valor a essa jornada de compra?
3. Atração de profissionais para diferentes modalidades de trabalho
A jornada de trabalho também entra em foco: agora não temos apenas equipes trabalhando presencialmente, mas também colaboradores trabalhando em regime de home office ou uma mistura dos dois.
Com isso, gestores precisam buscar soluções para fazer o controle de ponto, acompanhar a performance de suas equipes e manter seus vendedores motivados.
A resposta está não apenas na transformação digital, como também na escolha de boas lideranças, o que significa que a busca por talentos também fará parte desse desafio. E não só a busca, mas também sua manutenção na empresa.
Do ponto de vista do profissional de atração de talentos ou mesmo do empregador direto, será preciso oferecer carreiras mais atraentes, trabalhar a cultura organizacional para criar um ambiente em que as pessoas gostem de trabalhar, além de compreender o que é visto como primordial e como ‘novos benefícios’ no mundo pós-pandemia. Essa orientação para o valor, para a motivação e para qualidade de vida serão essenciais para a atração de talentos e para o sucesso das vendas.
Isso acontece porque precisaremos não apenas de gestores de vendas cujas habilidades com o cliente sejam boas, mas também de pessoas capacitadas, que saibam como interagir com as tecnologias disponíveis e, se reinventar a todo o instante, afim de trazer soluções criativas.
A comunicação também entra nesse pacote: um cenário de vendas virtuais ou híbridas pode significar problemas na comunicação entre gestores de contas e tomadores de decisão, então estabelecer bons processos de trabalho será uma grande necessidade.
4. Lidar com alta na inflação e insegurança da cadeia de suprimentos
Diversos economistas apontam para um cenário um tanto preocupante quanto à inflação. A estimativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo de 2023 foi de 4,94 para 5,01%, o que ultrapassa a meta da inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para 2023 (3,25%).
A inflação, junto à segurança da cadeia de suprimentos, é uma preocupação importante este ano. Segundo uma matéria publicada na Forbes, o desafio começou com os atrasos relacionados à pandemia e piorou com a invasão da Ucrânia pela Rússia e a escassez de mão de obra decorrente da Grande Renúncia- movimento que também ficou conhecido como Big Quit, na qual muitos funcionários se demitiram voluntariamente de seus empregos em massa, a partir do início de 2021.
A consequência desses fatos foi a dificuldade em obter produtos e peças, além do aumento dos preços (grãos, energia, peças de computador etc.). A saída seria, então, resistir à vontade de fazer pedidos em excesso para “compensar o tempo perdido" e focar em uma recuperação de longo prazo.
Precisamos pensar em formas de proteger a cadeia de suprimentos para evitar a escassez e os custos logísticos cada vez mais altos. Uma forma de fazê-lo é mapeando a cadeia de suprimentos para verificar quais os riscos possíveis, já criando planos de contingência, como fornecedores alternativos, por exemplo.
5. Trazer o tema de ESG para as práticas da empresa
O mundo em geral está mais atento à pauta da sustentabilidade e, diferente do que muitos podem pensar, o investimento na adoção de práticas sustentáveis pode trazer excelentes resultados para as empresas.
Um estudo da Union +Webster mostrou que 87% da população brasileira dá preferência para produtos e serviços de empresas sustentáveis e, além disso, 70% não se importaria em pagar a mais por isso.
Desta forma, vale a pena estudar iniciativas possíveis no negócio, impactando positivamente a imagem da empresa e ainda colaborando com o que ficou conhecido como Governança ambiental, social e corporativa (ESG).
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Como podemos ver, 2023 pode ser um ano bem desafiador para os líderes. Mas um bom planejamento pode colaborar para contornar ou reduzir os impactos desses desafios.
Gestores precisam focar em sua capacidade de adaptação, construindo parcerias com as demais áreas de interface, investindo em boas lideranças, treinando equipes e se mantendo atualizados quanto às tecnologias disponíveis. Na minha opinião, tomar decisões baseadas em dados será essencial para manter empresas no rumo certo.
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Até a próxima!
Um abraço, Diego Barbosa.